(Análise) Need For Speed Underground

Desde o lançamento do filme Velozes e Furiosos, em 2001, a onda do tuning vem ganhando cada vez mais espaço no Brasil. Obviamente, a cultura de mexer na mecânica dos carros para extrair o máximo de seus componentes já existe há décadas aqui e no mundo, contudo só depois da produção estrelada por Vin Diesel é que começaram a pipocar revistas e sites especializados no assunto.

Pegando essa onda, a Electronic Arts resolveu "tunar" sua franquia de jogos de corrida com o lançamento de Need For Speed Underground. Ao contrário das versões anteriores, nessa edição do game as corridas ocorrem sempre à noite e desrespeitar as regras de trânsito é quase uma obrigação para se dar bem no jogo, mas apenas no jogo, como ressalta o vídeo politicamente correto de abertura do game.

O modo carreira (Go Underground), o principal do game, segue os mesmos padrões dos jogos de moto da geração 16 bits. Neles, o jogador escolhia uma moto e um personagem, vencia as corridas, ganhava dinheiro e comprava equipamento para melhorar seu veículo. Mas em Need For Speed Underground, além do dinheiro, é preciso conquistar também pontos de prestígio, que darão acesso a alguns itens escondidos. Para isso, basta realizar curvas perfeitas, trocar as marchas no momento exato, fazer ultrapassagens profissionais e por aí vai.

Em Need For Speed Underground é possível escolher entre carros "simples", como um Golf GTI, um Mitsubishi Eclipse, um Honda Civic, um Peugeot 206 ou um dos 16 outros modelos disponíveis para personalização. Nos primeiros desafios o jogador terá que encarar os adversários com um carro praticamente original de fábrica. À medida que vai progredindo, adquire pontos que podem ser trocados por upgrades mecânicos e visuais. Em menos de 20 corridas, das 111 necessárias para finalizar o modo carreira, seu carro já estará irreconhecível. É possível colocar adesivos, neon, molas, faróis xenon, turbo, nitro e mais um grande número de itens e acessórios, todos devidamente licenciados junto aos seus fabricantes. Portanto, os tuneiros de plantão encontrarão no game marcas conhecidas, como Nos e sua concorrente NX, MOMO, HKS, Eibach e Alpine.

Pistas repetitivas

Infelizmente, "Need For Speed Underground" herdou de seus antecessores a técnica de reutilizar trechos de pista para formar outras novas. Se você ficou animado ao ler no último parágrafo que o modo carreira possui 111 corridas não se empolgue tanto, pois isso não é sinônimo de 111 pistas distintas. Na verdade, o game possui 20 grandes pistas. Para formar os mais de 100 trajetos disponíveis, o jogo combina vários pedaços dessas 20 pistas formando outras novas. Por isso, a sensação de deja vu é uma constante ao longo das corridas.

Essa reciclagem de pistas aliada ao fato de todas as disputas serem noturnas torna o jogo, às vezes, um pouco cansativo. Afinal, os cenários não se diferem muito entre si, tornando a tarefa de vencer as 111 missões em um grande desafio de persistência. Apesar disso, os gráficos do game são um show à parte. Com a licença dos acessórios e dos carros em mãos, os modelos replicados no game são idênticos aos seus equivalentes reais. Além disso, o jogo abusa dos recursos 3D das mais recentes placas-de-vídeo, principalmente da linha GeForce FX e ATI Radeon, sem deixar de ter uma performance bastante satisfatória em placas mais antigas.

De qualquer forma, Need For Speed Undeground apresenta uma série de outros recursos que compensam o tédio da repetição das pistas. Os maiores destaques são os diversos modos de jogo. Além do já citado modo carreira, há ainda o Drag Racing e o Street Racing. No primeiro, estilo predominante no filme Velozes e Furiosos, o jogador pratica a tradicional arrancada, onde parte em linha reta contra três adversários com a missão de chegar em primeiro lugar mantendo a estabilidade do veículo, mesmo com o nitro acionado; já no segundo, a corrida é pelas ruas da cidade. Obviamente ganha quem chegar primeiro, por isso é bom conhecer os vários atalhos das pistas para melhorar a posição final no ranking da disputa.

Inédito: Playstation 2 x PC

Além das opções de jogo tradicionais, o modo mais divertido ainda é o online, onde é possível jogar em rede com até quatro adversários de carne-e-osso. Contudo, a maior inovação (e por que não um marco histórico?) é a possibilidade dos donos de PC jogarem contra usuários de Playstation 2. Este é o primeiro jogo que permite esse tipo de comunicação entre computador e console. As versões de Need For Speed para ambas plataformas se conversam para partidas on-line por meio do site da Electronic Arts, o que aumenta bastante o número de oponentes disponíveis para partidas em rede.

Contudo, essa opção acabou com a possibilidade de troca de itens de tuning que um jogo desses poderia fazer surgir entre os jogadores do título. Para evitar incompatibilidade interplataformas a EA Games optou por não permitir que haja troca de itens entre os usuários, como acontece no jogo The Sims, por exemplo.

De qualquer forma, Need For Speed Underground vem para manter o status da série em alta. Apesar de alguns pontos proporcionarem um certo desânimo, outras características do jogo levantam qualquer admirador de games de corrida. Além disso, uma trilha sonora repleta de astros, que vai do rap de Nate Dogg ao eletrônico do grupo Crystal Method passando pelo dub do Asian Dub Foundation é inspiração suficiente para fazer qualquer um pisar fundo no mouse, apesar de indicarmos um gamepad com sitcks analógicos ou um volante para melhorar o desempenho no jogo.

Fonte:
Terra Games

Need For Speed Underground, como cs, é um dos clássicos jogos.